O confinamento não é tão utilizado no Brasil devido a grande oferta de pasto que temos por aqui. Porém, os produtores que adotam esse método, tem como foco o giro rápido. O principal obstáculo para adoção é a estrutura que demanda. Baias e cochos são indispensáveis para que o sistema funcione. Mas será que aderir o confinamento na seca é a saída para pequenos produtores?
A seca é um dos maiores desafios enfrentados pelos pequenos e médios produtores rurais. A escassez de pasto e chuvas compromete diretamente a produção e produtividade, afetando o lucro. Nesse cenário, o confinamento de animais durante o período seco surge como uma alternativa viável e estratégica para manter a produtividade e reduzir perdas.
O que é confinamento?
O confinamento de gado consiste em manter os animais em espaços delimitados, onde recebem alimentação balanceada e água de forma controlada. Essa técnica permite ao produtor utilizar forragens conservadas, como silagem, feno e ração, garantindo o fornecimento de nutrientes mesmo com a ausência de pasto verde. Além disso, o controle alimentar reduz o desperdício e melhora a conversão alimentar dos animais, o que pode resultar em melhor ganho de peso e qualidade do produto final.
Para os pequenos produtores, que muitas vezes têm recursos limitados, o confinamento pode ser adaptado à realidade local. Utilizar materiais reciclados ou de baixo custo para construção das estruturas, planejar a produção de forragem durante o período chuvoso e investir em técnicas de manejo eficientes são formas de viabilizar a prática sem grandes investimentos. Programas de assistência técnica e acesso a crédito rural também são fundamentais para apoiar essa transição.
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Além dos ganhos econômicos, o confinamento contribui para a sustentabilidade da propriedade, evitando o superpastejo e a degradação das áreas de pastagem. Com planejamento e orientação adequada, é possível transformar um momento crítico como a seca, em uma oportunidade de crescimento e estabilidade para o pequeno produtor.
Dicas para iniciar o confinamento
Em primeiro lugar, o espaço ideal é 12 metros por animal. Se o produtor quiser investir em confinamento de 20 cabeças, é necessário dispensar 300 m². É possível utilizar alimentos na fazenda para alimentar os bovinos confinados. Como resultado, proporciona giro rápido. E ainda, produz uma carne de boa qualidade.
Se sua propriedade conseguir dispensar essa metragem por animal, pode investir no confinamento. Caso contrário, os animais ficarão estressados e não produziram produto com a qualidade esperada pelo mercado.
O cocho, precisa de tamanho suficiente para todos os bovinos se alimentarem ao mesmo tempo. O manejo precisa ser mais efetivo quando a propriedade adota o confinamento. Os currais precisam ser molhados com frequência. Como ficam isolados em uma área, a água diminui a poeira e evita doenças respiratórias. Infelizmente, são mais comuns nesse sistema de criação.
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Ponto de atenção no confinamento
Como no confinamento, o uso de grãos é intenso, proteger o gado contra doenças que atingem o gado que fazem alto consumo desse tipo de alimento é fundamental para evitar prejuízos financeiros e para a saúde dos animais.
O timpanismo é uma delas. Os principais sintomas são o aumento da respiração, da pressão intra-ruminal e volume ruminal, diminuição do apetite, salivação e extensão do pescoço. Porém, no tópico de salivação, o excesso de bolhas pode ser um sinal importante, além da apresentação de espuma. Dessa forma, com dificuldade de respirar, o bovino não tem condições de se locomover. Ainda, o sistema circulatório também é prejudicado. Já a acidose ruminal é uma doença causada pela ingestão alta e súbita de grãos que fermentam lentamente no rúmen do animal.
Com isso, o uso da virginiamicina com seu papel muito além de aditivo melhorador de desempenho, mas como prevenção dessas doenças, é super indicado, já que atua diretamente nas bactérias gram-positivas, proporcionando uma boa fermentação de todos esses grãos consumidos. E ainda, faz com que toda a nutrição, vitaminais, sais minerais consumidos pela ração e sal sejam absorvidos. O que resulta na engorda na balança, sem nenhuma interferência.
Ainda, a virginiamicina evita que o gado sofra com os seguintes sintomas: perda de peso, falta de apetite, ruminação abaixo do normal, laminite, baixa imunidade, deixando mais suscetível a outras doenças. Em segundo lugar, evita que o ácido lático ataque esse gado.
Se o confinamento na seca está entre seus planos, vá fundo, mas não esqueça de implementar esses cuidados para ter os resultados satisfatórios esperados.
Foto da capa: Confinamento OBF