O uso da virginiamicina está cada vez mais consolidado no Brasil. Além de ser um suplemento que promove benefícios na engorda, auxilia na acidose ruminal. Por isso, este é o foco no nosso texto. Vamos entender o que é a virginiamicina, a acidose ruminal em bovinos e a relação entre as duas.
O Brasil tem o maior rebanho bovino do mundo e não é à toa. Além da extensão continental da nossa terra, nosso solo e clima são favoráveis à criação de gado. Mas para ter resultados que realmente tragam bons negócios, é preciso ir além de pasto e água. O sal proteinado e sal mineral são ótimos aliados na nutrição, mas existem aditivos que promovem boa margem de engorda para que você negocie com a melhor arroba da região. Então, vamos aprender como?
O que é a virginiamicina?
Em primeiro lugar, a virginiamicina é um antibiótico não ionóforo que atua por meio de ligação com os ribossomos dos microrganismos, inibindo a síntese de proteína de alguns destes microrganismos. Trata-se de mistura natural de componentes químicos distintos, que combinados na proporção de (4:1) melhora a atividade antibacteriana. Ainda, controla o metabolismo aumentando a eficiência de utilização dos alimentos.
Em segundo lugar, o uso é seguro e comprovado por diversos estudos produzidos no mundo todo. O resultado indica um ganho de peso superior a 20%. Ou seja, a adição de virginiamicina desloca o ganho de peso diário para cima.
Em teste com dieta com alta proporção de amido e proteína, em que animais tratados com virginiamicina apresentaram aumento de 7,8% no ganho de peso e 7,3% na conversão alimentar.
Outro estudo também concluiu que a virginiamicina em bovinos criados em sistema a pasto, proporciona ganho de peso no período da chuva. Isso significa, amigo produtor, que mesmo nessa época de pasto abundante e verde, o uso de suplementos no cocho é fundamental para se ter uma boa produtividade.
Em terceiro lugar, pode ser utilizado não só no regime a pasto, mas também no confinamento.
O que é acidose ruminal em bovinos?
A acidose ruminal em bovinos é uma doença caracterizada por desordem metabólica digestiva. Ocorre a partir da diminuição dos níveis de PH do animal, por conta do consumo da alimentação errada. Atinge vacas e bois, independentemente da idade e é comum quando há mudança na nutrição oferecida.
Os bovinos que mais sofrem com a acidose são aqueles que têm uma dieta baseada em grãos de forma excessiva, além de carboidratos que não contém fibras, por exemplo. As fibras são essenciais, pois facilitam a mastigação, a partir da produção de saliva para o rúmen. Contudo, para saber todos os cuidados desse tipo de dieta, acesse a dica: Dieta do alto grão: como funciona e em quais raças aplicar.
Os grãos em excesso causam uma fermentação desordenada. O resultado final na absorção das papilas do rúmen.
O produtor que oferece grãos aos bovinos deve estar em constante alerta para os sintomas: falta de apetite;pouca ruminação; apatia e perda de peso.
E ainda outros como depressão; fezes em formato anormal; baixa imunidade e também a laminite.
Todos esses sintomas reduzem drasticamente a produtividade. Não podemos deixar de citar o sofrimento do animal. Bem-estar deve ser um dos princípios de toda propriedade que atua com a pecuária.
A prevenção da doença está no próprio cocho. Ou seja, em oferecer uma dieta equilibrada, que além de promover a engorda, propicie também uma boa nutrição que mantenha o gado protegido.
Dicas para evitar a acidose ruminal em bovinos
Com ações simples é possível evitar a acidose e garantir um bom desempenho na propriedade:
1- Limite a quantidade de grãos na matéria seca em até 40%;
2 – Evite servir a quantidade de grãos disponível de uma única vez. Fracione as refeições para duas ou três ao dia;
3 – Sirva junto com a nutrição, na ração ou concentrado, bicarbonato de sódio, na dosagem de 1% do total da matéria seca. Esse elemento auxilia na prevenção da acidose ruminal;
4 – Virginiamicina e monensina sódica combatem a bactéria que provoca o ácido lático. Então, o uso desses produtos auxilia na prevenção. Além disso, fazem a absorção dos nutrientes servidos na dieta dos animais;
5 – Evite servir ração ou concentrado quando os animais estiverem famintos. Sendo assim, quando passam por algum deslocamento ou longo manejo, leve-os primeiro ao pasto, para só depois servir a alimentação.
Qual o papel da virginiamicina na acidose ruminal?
A virginiamicina tem um fator fundamental no controle de acidose em dietas de alto grão. Mas também contribui com o aumento de peso para animais que tem a dieta baseado em pasto.
Melhora na absorção de nutrientes, a digestão e na conversão alimentar. É baseado na fermentação de cepas de bactérias Streptomyces virginae. Ainda, reduz doenças metabólicas e abscessos hepáticos. Contudo, para os produtores adeptos da dieta de alto-grão gera um alto benefício contra a acidose.
Contudo, o uso de aditivos, como a virginiamicina, segundo a Embrapa, auxilia na prevenção já que, além de melhorar a eficiência da dieta, propicia bem-estar, ao evitar a acidose e outros problemas metabólicos associados.
Como oferecer a virginiamicina no cocho?
O produto é adicionado ao suplemento já fornecido. Então adicione 0,5 kg do produto em 25 kg de sal mineral e ofereça o produto final após a mistura à vontade aos animais.
O oferecimento deve ser na seca e nas águas para um resultado efetivo. Importante lembrar que a suplementação deve ser feita o ano todo, não apenas no período da seca, que precisa ter uso contínuo para manutenção. No período das águas, o suplemento ativa o organismo do bovino e faz com que chegue à seca bem nutrido e saudável. Essa ação previne a perda rápida de peso, bem como evita doenças por falta de nutrientes.
Virginiamicina para bezerros
Inclusive, se quiser iniciar a proteção e produtividade desde os primeiros meses, a virginiamicina pode ser oferecida até para bezerros.
Por fim, para saber como oferecer esse aditivo com segurança, preparamos uma receita que irá promover uma engorda, de acordo com as expectativas da propriedade. Acesse: Ração para bezerros engordarem mais rápido.
Referência:
Dieta rica em concentrado pode levar à acidose ruminal em confinamento bovino. Embrapa. Outubro, 2019.
MESQUITA, Lenon. MONENSINA SÓDICA E VIRGINIAMICINA PARA BOVINOS DE CORTE: DESEMPENHO E SIMULAÇÃO ECONÔMICA. Universidade Federal de Goiás. Goiânia, 2013.
O que é acidose ruminal. Revista Veterinária. Outubro, 2019.
Boa tarde, sou criador novo comecei a 6 meses e estou gostando desta atividade e estou aprendendo muito com o boi saúde
Olá Valdir, obrigado por nos acompanhar. Conte sempre com a Boi Saúde!
Aonde eu encontro a viginiamicina e qual preço?
Olá Cleidson, tudo bem? Agradecemos o seu comentário! Para mais informações de como adquirir a Virginiamicina acesse o link a seguir: http://bit.ly/2l6Xg8u