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Transporte de animais: existe regra?

O transporte de animais na pecuária é muito comum. Esse processo não pode ser feito de qualquer forma. Algumas regras são necessárias não só para garantir a segurança dos bovinos, mas também dos profissionais envolvidos na operação. Nesta dica, vamos aprender o que é proibido e a melhor forma de descolar seu gado sem acidentes.

Não é difícil ler nos jornais ou assistir na televisão notícias sobre acidentes que envolve transporte de animais de carga. Além de causar graves colisões na rodovia, os animais sofrem grande impacto. Sem contar no prejuízo ocasionado ao proprietário da carga.

Antes de embarcar seus animais, é importante checar não só as regras, mas condições gerais para garantir que a operação seja feita da forma mais segura possível. O transporte envolve aspectos legais (como leis), biológicos (sanitários) e segurança.

A forma mais comum de transportar bovinos no Brasil é por caminhões. Mesmo os que serão exportados para outros países, com necessidade de travessias de oceanos com navios, utilizam esse meio de transporte até os portos.

 

Cuidados no transporte com animais 

 

Segundo o MAPA, aproximadamente 40 milhões de bovinos são transportes via terrestre todos os anos. Ou seja, é um meio necessário e muito utilizado em nossos país. Quando não feito de modo correto, pode inclusive, impactar até o peso do animal, chegando a uma redução de 0,25% por hora, em viagens que duram entre 8h e 10h.

Um estudo americano titulado “Factors affecting body weight loss during commercial long haul transport of cattle in North America”, indica que viagens muito longas podem ocasionar perda de peso.

Tomar algumas medidas evita machucados, quedas que afetam a carcaça do bovino, o que diminui o valor comercial e também até mortes.Os hematomas causados durante o trajeto são retirados da carcaça, o que aumenta os custos ou diminuiu o lucro.

 

Antes do embarque

Verifique se os animais estão com saúde adequada para a viagem. A Boi Saúde sempre orienta aos pecuaristas que faça rondas diárias no rebanho para checar qualquer comportamento anormal no gado. Essa simples ação evita que o animal que está parado por horas, que não se levanta ou se alimenta, seja tratado de forma adequada. E caso esteja com alguma doença que possa ser transmitida aos demais, seja isolado o mais breve possível para evitar contaminação.

Caso o seu lote seja misto, fêmeas e machos, não embarque todos no mesmo caminhão. Faça a separação antes para facilitar o trabalho. Não deixe a atividade para o momento do embarque. Faça antes.

O local precisa estar limpo e higienizado. O responsável pela limpeza precisa se proteger com luvas, máscara e uniforme para evitar qualquer tipo de contato com produtos, mas com possíveis contaminações. Algumas doenças dos bovinos podem ser transmitidas ao homem. O MAPA oferece uma de Lista de doenças de notificação obrigatória ao Serviço Veterinário Oficial. Caso algum bovino esteja com algumas delas, é preciso notificar a Vigilância Sanitária local e o embarque precisa ser suspenso. A lista está disponível no site do Ministério.

O calendário sanitário deve ser seguido a risca. Caso tenha dúvida sobre como programar o seu, confira um modelo na dica: Calendário sanitário para bovinos: como planejar.

 

Cuidados no embarque 

Verifique as instalações do transporte. Não deve haver pregos ou outros objetos pontiagudos que possam causar ferimentos.

Inspecione os animais um a um durante a entrada no caminhão. Ali mesmo, analise e separe os que estão incapacitados para enfrentar a viagem.

Não sobrecarregue o caminhão. Insira o número de animais  de acordo com a capacidade do veículo para evitar a lotação.

Não arraste os animais. Isso causa dor e sofrimento. Lembre-se sempre do bem-estar animal.

Para conferir todas as dicas de embarque com segurança, acesse: Como embarcar bovinos com segurança.

 

transporte de animais
Transporte de animais exige cuidados para evitar danos e prejuízos. – Foto: Pixabay.

No transporte

Contrate sempre um motorista experiente e busque referências.

O motorista deve dirigir com cuidado e atenção. Evitar buracos, freadas bruscas e buzinas frequentes para não só assustar os animais, como evitar escorregões e quedas.

Deixe documentos que comprovem as vacinas em dia e que os bovinos estão saudáveis e livres de doença com a carga (veremos a exigência no tópico abaixo).

Você já ouviu falar em carne DFD? É uma sigla em inglês que significa carne seca, dura e escura. Quando o bovino passa por um estresse muito grande, a carne tende a ficar escura e isso pode acontecer no período do transporte. As carnes DFD têm baixo valor comercial para os frigoríficos.

Cheque se o o compartimento está com o piso ideal. Tapete emborrachado com uma grade de ferro quadriculada (30 a 35 cm de lado).  Esse formato evita escorregões e segura o gado em casos de freadas bruscas.

 

Sobre os documentos para o transporte de animais

 

O próprio MAPA indica que os bovinos precisam ser transportados com os seguintes documentos:

  • guias de trânsito de animal (GTAs);
  • notas fiscais do produtor (que indiquem a origem – fazenda – e o destino);
  • confira se a carteira de motorista do condutor (CNH) está válida;
  • verifique se o frigorífico não exige nenhuma documentação específica para aceitar a carga no desembarque.

 

Mantenha sempre os bovinos da sua propriedade com boa sanidade animal, alimentação e suplementação de qualidade e com manejo adequado. Não deixe de seguir as regras para ter uma pecuária com alta produtividade.

 

Referência:

Factors affecting body weight loss during commercial long haul transport of cattle in North America.J Anim Sci. 2012 Oct;90(10):3630-9. doi: 10.2527/jas.2011-4786. Epub 2012 Jun 4.

Boas práticas de manejo, transporte/ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo. Mateus J.R. Paranhos da Costa, Murilo Henrique Quitiliano, Stavros Platon Tseimazides. – Brasília : MAPA/ACS, 2013.

 
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