Qual será o significado do escore corporal e por que devemos avaliá-lo? Com essas perguntas, te convidamos a implementar os cuidados e como realizar a seleção de matrizes bovinas da sua propriedade.
Para que você adquira o melhor conhecimento possível, antes de abordar o tema a fundo, vamos explicar o que é escore corporal.
O escore de condição corporal (ECC) estima o estado nutricional dos animais por meio de avaliação visual e/ou tátil. Ele representa uma ferramenta importante de manejo. Essa é a definição da Embrapa Pecuária Sudeste.
Com o ECC, é possível classificar os animais em função da cobertura muscular e da massa de gordura. O resultado pode indicar ao produtor qual a melhor forma de manejo a ser adotada, por meio de uma estratégia alimentar e nutrição mais adequada para atingir o objetivo da propriedade. E mais ainda, auxilia a mensurar o custo da produção.
A medição do escore corporal, quando se trata de matrizes bovinas, ajuda a definir quando suplementá-las.
Para saber sobre alimentação e suplementação de vacas de cria, acesse:
A forma de se obter o escore é por meio de uma avaliação visual e também por meio de contato, quando o animal é apalpado. A orientação é que o procedimento seja feito por um profissional que tenha domínio.
Escore corporal de matrizes bovinas de gado de corte
Segundo o material A guide to condition scoring of zebu cattle, o ECC de uma matriz bovina de gado de corte, pode ser classificado da seguinte forma:
ECC = 1 – Debilitada
A vaca está extremamente magra, sem nenhuma gordura detectável sobre os processos vertebrais espinhosos e os processos transversos, e sobre os ossos da bacia e as costelas. A inserção da cauda e as costelas estão bastante proeminentes. A seleção de matrizes bovinas nesse caso é inviável.
ECC = 2 – Pobre
A vaca ainda está muito magra, mas a inserção da cauda e as costelas estão menos projetadas. Os processos espinhosos continuam proeminentes, mas nota-se alguma cobertura de tecido sobre a coluna vertebral. A seleção de matrizes bovinas nesse caso ainda é inviável.
ECC = 3 – Magra
As costelas ainda estão individualmente perceptíveis, mas não tão agudas ao toque. Existe gordura palpável sobre a espinha, sobre a inserção da cauda e alguma cobertura sobre os ossos da bacia.
ECC = 4 – Limite
A individualização das costelas é menos óbvia. Os processos espinhosos podem ser identificados com o toque, mas percebe-se que estão mais arredondados. Existe um pouco de gordura sobre as costelas, sobre os processos transversos e sobre os ossos da bacia.
ECC = 5 – Moderada
O animal possui boa aparência geral. A gordura sobre as costelas parece esponjosa à palpação e as áreas nos dois lados da inserção da cauda apresentam gordura palpável.
ECC = 6 – Moderada boa.
É preciso aplicar pressão firme sobre a espinha para sentir os processos espinhosos. Há bastante gordura palpável sobre as costelas e ao redor da inserção da cauda.
ECC = 7 – Boa.
A vaca tem aparência gorda e claramente carrega grande quantidade de gordura. Sobre as costelas sente-se uma cobertura esponjosa evidente e também ao redor da inserção da cauda. Começam a aparecer “cintos” e “bolas” de gordura. Nota-se alguma gordura ao redor da vulva e na virilha.
Vaca gorda é o foco da sua produção? Não deixe de ler: Vaca gorda: qual a alimentação ideal?
ECC = 8 – Gorda
A vaca está muito gorda. É quase impossível palpar os processos espinhosos. O animal possui grandes depósitos de gordura sobre as costelas, na inserção de cauda e abaixo da vulva. Os “cintos” e as “bolas” de gordura são evidentes.
ECC = 9 – Extremamente gorda
A vaca está nitidamente obesa, com a aparência de um bloco. Os “cintos” e as “bolas” de gordura estão projetados. A estrutura óssea não está muito aparente e é difícil de senti-la. A mobilidade do animal está comprometida pelo excesso de gordura.
Por que avaliar?
Mais que auxiliar na alimentação e suplementação, incluindo nos períodos pré e pós, o escore corporal auxilia no conhecimento do potencial reprodutivo das vacas.
As matrizes bovinas com melhor condição corporal ao parto tem a classificação igual ou maior que 6.
Sobre a adequação de manejo de nutrição, deve ser feita quando a vaca atinge o escore entre 5 e 7. Essa condição é considerada ideal, pois a recuperação pós-parto acontece de forma quando abaixo desse índice é mais difícil.
A indicação é que se o ECC das vacas indica que o peso está abaixo do ideal, a suplementação é realmente necessária.
Suplementação das matrizes
A suplementação das matrizes é importante não apenas para garantir uma boa gestação, mas também uma formação saudável do feto. Os cuidados podem começar antes mesmo da estação de monta.
A suplementação feita no cocho à base de sal mineral, sal proteinado e principalmente, virginiamicina, promove e garante o consumo de elementos como cálcio e fósforo, que são essenciais no organismo da uma vaca prenhe e também para os ossos do bezerro que está sendo gerado.
Para saber como efetivar o consumo e a importância, sugerimos a leitura da dica: Virginiamicina em matrizes: pré e pós-parto.
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Referência:
Escore da condição corporal e sua aplicação no manejo reprodutivo de ruminantes. Circular Técnica, 57. Embrapa Pecuária Sudeste. 1a edição on-line (2008).
FAULKNER, D. B. Body condition scoring beef cows. In: WINTER BEEF MEETINGS, 1989–1990. Proceedings… Urbana-Champaign: Department of Animal Sciences, 1990. p. 11-16.
NICHOLSON, M. J.; BUTTERWORTH, M. H. A guide to condition scoring of zebu cattle. Addis Ababa: International Livestock Centre for Africa, 1986. 29 p.
Minha sugestão é mostrar, com imagem, as matrizes em cada escore corporal, assim fica mais fácil a avaliação do rebanho.
Olá Antônio, obrigado pela sugestão, continue nos acompanhando!!
Pensei exatamente nisso.
Olá Marcus, obrigado pelo comentário! Conte conosco para as melhores dicas do mundo da Pecuária!!