Muitas doenças são temidas pelos produtores rurais. E entre as principais, está a febre aftosa. Será que ainda existem casos de febre aftosa no Brasil? Alguns estados estão livre da vacina devido a ausência de notificações e registros.
A febre aftosa no Brasil é tão preocupante que na campanha de vacinação de 2019, 98,34% do rebanho nacional foi vacinado logo na primeira etapa. Esse dado da Divisão de Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), só comprova o quanto os pecuaristas estão dedicados a erradicar de vez essa doença do nosso território. E todo esse esforço garantiu que o país recebesse o certificado Brasil Livre de Aftosa, em 2018, pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). E essa é uma conquista muito importante, afinal, somos o país com o maior rebanho bovino do mundo, com mais de 222 milhões de cabeças.
O que é febre aftosa?
Com o crescimento da atividade pecuária no Brasil e sucesso na atividade, a aftosa chegou a ter surtos. Por ser uma infecção com alto nível de contaminação por vírus, ela se espalha de forma rápida.
Os sintomas mais comuns são febre, anorexia, depressão e vesículas dolorosas no palato, lábios, gengiva e narinas.
A contaminação acontece por meio de contato com saliva, fezes, urina e sêmen. No gado leiteiro, há uma queda significativa na produção que pode chegar até 25%, quando há desenvolvimento de mastite.
Não esqueça de nenhuma vacina do calendário sanitário
Muitos países como Espanha, Japão, Austrália, Portugal e mais 59 estão livre da aftosa sem vacinação. Por mais que o Brasil tenha o certificado concedido pela OIE, a vacinação continua obrigatória. Só assim iremos manter essa certificação e garantir uma boa qualidade dos produtos oferecidos no mercado. Apenas Santa Catarina e o Paraná, que desde 2019, recebeu do MAPA publicação de norma que suspende a vacina, estão livre do calendário.
Fique atento que desde 2019, a dose da vacina passou de 5ml para 2ml. Um dos motivos é a prevenção de abscesso. Para saber como prevenir o problema que impacta o retorno financeiro no momento do abate, acesse: Como evitar carne com abscesso?.
Montar um calendário vacinal é a forma mais prática e econômica para o seu manejo. A Boi Saúde alerta para que o produtor fique sempre bem informado sobre possíveis surtos na região e a possibilidade de demandas de vacinas de qualquer doença.
Para não deixar passar nenhum protocolo, siga o calendário disponível no link e mantenha sempre seu gado seguro: Calendário sanitário para bovinos: como planejar.
Referência:
Souza, Vanessa Felipe de. Epidemiologia, patogenia, diagnóstico, prevenção e controle da febre aftosa / Vanessa Felipe de Souza — Campo Grande, MS : Embrapa Gado de Corte, 2007.