A ureia é uma boa complementação alimentar e nutricional para os bovinos, ideal para propriedades que necessitam de economia nos custos com suplementos. Encontrada facilmente em diversas regiões do país, o produtor pode obter resultados satisfatórios. No mercado, existem vários tipos de ureia.
Tecnicamente, a ureia é um composto orgânico cristalino, de cor branca, sabor amargo, solúvel em água e álcool. Tem como base de composição: nitrogênio, oxigênio, carbono e hidrogênio.
No Brasil, basicamente, existem três tipos de ureia.
Tipos de ureia
Ureia Pecuária
É uma aditivo que, após a produção, não pode receber nenhum aditivo adicional na matéria-prima. Só é vendida em embalagem própria, segundo ordem legal.
A ureia pecuária é o único tipo no Brasil indicado para o consumo de ruminantes. Para potencializar o uso, o produtor pode oferecê-la com sal mineral. O objetivo é aumentar o consumo do pasto seco, proporcionando assim, um aumento de peso.
Ureia Fertilizante
Pode ser vendida à granel, amigo produtor. Por isso, há o risco de contaminação quando oferecida aos animais para consumo. Outros elementos podem contaminar a ureia durante o transporte, armazenamento, e aproveitamento de embalagens já utilizadas anteriormente.
Por isso, risque o uso da ureia fertilizante na sua propriedade para oferecimento aos bovinos. O uso como fertilizante é viável, como o próprio nome já diz, ela é adequada para esse finalidade.
Ureia Industrial
Utilizada apenas na indústria. Não deve ser oferecida aos animais de qualquer espécie.
A ureia é tóxica?
O pH ruminal é o principal fator relacionado à toxicidade por amônia em dietas com ureia, devido a a sua elevação. Por isso, monitorar a quantidade de consumo é prioridade quando o produtor decide trabalhar com esse suplemento. Quando consumida em quantidade adequada (30g a cada 100 kg de ração), tem bom resultado. É muito importante não exceder a quantia de 49 gramas a cada 100 kg de ração.
Outra causa da intoxicação é quando, mesmo dentro da quantidade adequada, o animal a consome rapidamente. A orientação nesse caso é não oferecer a animais famintos. Quando os bovinos ficam muito tempo sem acesso a algum tipo de alimentação por longos períodos, o consumo será muito grande de uma vez só, o que pode causar algum tipo de intoxicação.
Quando um animal é intoxicado, os sintomas são: tremor, salivação em excesso, falta de coordenação motora, colapso respiratório e respiração ofegante. Se a dose consumida for muito acima do recomendado, o animal pode não resistir.
Cuidados no uso dos tipos de ureia para bovinos
Início do oferecimento: É necessária uma adaptação do oferecimento da ureia no cocho. Ofereça a mistura com ureia para bovinos aos poucos, não de uma única vez. No primeiro mês de uso, divida a ureia em quatro porções. Na primeira semana, você vai oferecer dois sacos de sal mineral e um de sal mineral com ureia. Já nas segunda e terceira semanas seguintes, serão dois sacos de sal mineral com ureia e um só com sal mineral. Na última (quarta semana), a mistura de sal mineral com ureia pode ser servida por completo.
Dosagem: o primeiro cuidado deve ser a quantidade oferecida por dia a cada animal. O consumo não deve ultrapassar 30 g/100 kg de peso do animal/dia, mesmo após o período de adaptação.
Fracione as porções diárias no cocho: fracionar as doses oferecidas durante o dia, permite que um único animal consuma a dose acima do limite recomendável. E também garante que todos irão usufruir do componente.
Água: o bebedouro precisa estar sempre limpo e de fácil acesso. Os bovinos que consomem ureia precisam beber água de forma abundante.
Cocho coberto e com furos: mesmo que poucas cidades no Brasil tenham cocho com cobertura, ao oferecer ureia, tem furos no cocho e cobertura é essencial para garantir e prevenir a intoxicação.
Referência:
GUIMARAES JUNIOR, R.; PEREIRA, L. G. R.; TOMICH, T. R.; MACHADO, F. S.; GONÇALVES, L. C. O que é ureia. Embrapa, 2016.
LOPES, H. O. da S.; TOMICH, T. R.; GONCALVES, L. C.; BORGES, I.Recomendações técnicas para a utilização da ureia pecuária na alimentação animal